Festa no Lar
Este fim-de-semana foi a festa de Natal do lar onde moram a Avó e Tia-avó do Tiago. Costumamos ir ao lar quase todos os fins-de-semana. Não é nada que me custe, até gosto, partilhar um bocadinho de mais uma vida, umas vidas preenchidas dos mais velhos.
Este fim-de-semana emocionei-me... Depois do Presépio vivo e do coro de Natal, houve uns residentes do lar que declamaram poemas de Natal. Existe por lá uma senhora, cujo problema dela não sei qual é, parece-me nova...mas infelizmente não é autónoma, nunca a vejo a falar...quer dizer às vezes balbucia para o ar...este domingo, declamou uma poesia que me tocou. Comecei a imaginar como seria o Natal em Africa... fica aqui o belo poema que ouvi.
Natal Africano
Não há pinheiros nem há neve,
Nada do que é convencional,
Nada daquilo que se escreve
Ou que se diz... Mas é Natal.
Que ar abafado! A chuva banha
A terra, morna e vertical.
Plantas da flora mais estranha,
Aves da fauna tropical.
Nem luz, nem cores, nem lembranças
Da hora única e imortal.
Somente o riso das crianças
Que em toda a parte é sempre igual.
Não há pastores nem ovelhas,
Nada do que é tradicional.
As orações, porém, são velhas
E a noite é Noite de Natal.
Cabral do Nascimento

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